Insustentavel leveza do ser

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Facetas do todo

Li na coluna que sai aos domingos do psicanalista Alberto Godin, esse fragmento abaixo e foi de encontro ao que acho mesmo. Ele tem umas sacadas bem interessantes. E que venha a vida com toda a sua gama de coisas e facetas..

Felicidade é estar vivo, com direito a conflitos, prazeres, sofrimentos e culpas. É possível que estar dividido seja a única maneira de ser inteiro...

quarta-feira, novembro 29, 2006

Abaixo à ditadura..!

Foi preciso acontecer 2 episódios trágicos para vir à tona a discussão sobre os distúrbios alimentares que provocam sofrimento, angústia e morte para muitas mulheres que tentam se encaixar num padrão rígido e quase inatingível de beleza. Sempre achei opressora essa idéia de se impor um padrão a ser atingido , sem questionamentos, sem liberdade , sem considerar a diversidade e as particularidades que existem. Bom, espero que a gente consiga refletir de verdade sobre tudo isso e enxergar que a beleza é muito mais do que um conceito rígido, aprisionado e triste. SEgue abaix um texto da Cora Ronai (O Globo) que vai de encontro à tudo isso..


A morte de duas jovens por anorexia, numa única semana, deveria ter acendido uma
luz vermelha geral que, francamente, já era para estar acesa há décadas; mas
salvo um artigo aqui e outro ali, mais as protocolares declarações de agências
de modelos e organizadores de desfiles de modas, nada aconteceu - nem podia
acontecer, posto que a indústria da moda não é a única responsável pela
monstruosa deformação estética dos nossos sentidos e da nossa sensibilidade.
Todos aqueles que, de alguma maneira, ajudam a criar os padrões de "beleza"
entre eles a publicidade, a indústria do entretenimento, as revistas e os
jornais - têm sua parcela de culpa e, a menos que o mundo passe por uma
verdadeira revolução cultural, o que acho altamente improvável, milhões de
meninas e de mulheres continuarão a se martirizar em nome de uma "beleza"
inatingível. A morte é apenas a ponta mais visível de um iceberg de infelicidade
crônica e de um massacre sem precedentes da auto-estima feminina.
Do alto desses tempos supostamente "civilizados", olhamos com desdém para as
torturas a que eram, ou ainda são, submetidas as mulheres em sociedades antigas
e/ou "primitivas": os espartilhos vitorianos e os pés deformados da China foram
apropriadamente lembrados há dias, aqui mesmo no GLOBO, na página sete, por
Leonardo Drummond ? que não se esqueceu de contrapô-los às atuais costelas
cirurgicamente removidas, que tanta gente considera uma forma "normal" de afinar
a silhueta.
A isso se poderia acrescentar um vasto catálogo de horrores contemporâneos, das
argolas que continuam a esticar os pescoços das mulheres de Burma às pernas
serradas e espichadas das chinesas que, com isso, ficam mais altas e
"atraentes", tanto para os homens quanto para o mercado de trabalho.
É fácil percebermos que há algo errado em pessoas de resto normais, e
eventualmente bonitas, que se submetem a cirurgias em que seus ossos são
removidos ou serrados por razões puramente estéticas; chega a ser difícil
acreditar que isso aconteça aqui, agora, num mundo cientificamente esclarecido.
Mas a maioria das dietas a que se submetem tantas mulheres insatisfeitas com
seus corpos e os remédios que tomam para se manterem magras não são menos
prejudiciais do que os procedimentos cirúrgicos que nos horrorizam; nem é menos
profundo o grau de infelicidade que as move a comportamentos tão destrutivos.
Muito pior do que o que se vê no corpo é o que vai pela alma, e que não se vê.
Esta trágica infelicidade não se restringe mais a umas poucas pessoas, mas se
espalha, como praga, por toda a sociedade. Num mundo cada vez mais obeso, a
imagem da beleza é, paradoxalmente, cada vez mais esquálida.
A própria idéia do que é beleza, aliás, anda tão inequivocamente atrelada a pele
e ossos que já não se concebe beleza acima do peso "ideal". Isso seria
compreensível, até certo ponto, em termos de saúde ? se este magro "bonito" não
estivesse muito, mas muito além do que a imensa maioria das mulheres pode
alcançar naturalmente. E não fosse doentio.
Reparem: é tão perversa a estética contemporânea que, se uma moça de traços
bonitos tiver 1,80m de altura e pesar 50 quilos, pode dar sorte e acabar sendo
fotografada pelo Mario Testino para a capa da "Vogue"; mas a feiosinha pobre,
coitada, com a mesma altura e o mesmo peso, vira, quando muito, foto do
Sebastião Salgado - e periga ir para a capa da "Time", em ensaio sobre a fome e
a miséria.
Ambas serão igualmente convincentes.
Desde que o mundo é mundo, nós, mulheres, fomos vítimas da ditadura da beleza.
Era de se esperar que, com os movimentos sociais e a independência que
adquirimos ao longo do século passado, estivéssemos livres para, finalmente!,
conviver em paz com nossos corpos; mas, ao contrário, nunca estivemos expostas a
tal bombardeio de imagens artificiais e tipos físicos inexistentes. A verdade é
que nunca houve época em que o ideal de beleza estivesse tão afastado da
realidade e dos padrões locais. No Brasil, por exemplo, onde as louras são
minoria, gerações de menininhas moreninhas e baixinhas cresceram tendo como
exemplo máximo de beleza e sucesso uma loura longilínea cercada de sublourinhas
igualmente longilíneas. Se isso não é um passaporte carimbado para a frustração,
não sei o que é.
Um dia eu estava atravessando uma rua em Barcelona quando um outdoor me chamou a
atenção. Era uma propaganda de roupas esportivas e, nele, uma mulher de top e
shortinho fazia uma flexão para o lado. Levei um tempo até descobrir o que havia
de "errado": a moça da foto, como qualquer pessoa no mundo, tinha dobrinhas na
pele no lado para o qual se curvava. Aqui, as dobrinhas teriam sido
imediatamente apagadas no Photoshop - e as mulheres que vissem o cartaz, como
vêem tantos outros cartazes o tempo todo, ficariam arrasadas por serem... ora,
humanas.
Que fazer? Não olhem para mim, não tenho a resposta; só tenho perguntas, e a
perplexidade de ter gasto tanto tempo preocupada com a aparência. Afinal, sou
uma baixinha com peso de gente que precisou viver mais de 50 anos para, enfim,
se aceitar como é.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Ser e não ser..

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.


Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.


Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.


E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Se não quizer Adoecer..


maos_juntas
Originally uploaded by Flavia2.



Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos"
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados.
O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

Se não quiser adoecer - "Tome decisão"
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - "Busque soluções"
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências"
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., esta acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro.Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se"
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie"
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não ha relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste"
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor".
Alegria é saúde e terapia.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Arrebatador..


Arrebatador..
Originally uploaded by Flavia2.
Quando escutei essa música no rádio, foi isso- vou publicar isso hj aqui.. Essa música é simplesmente arrebatadora mesmo - leftra , melodia..O que gostaríamos de ouvir.. Trilha do filme - "Um Lugar chamado Nothing Hill". Uma brisa fresca na alma, mais que isso - um alento, uma chama, um sonho. O que seríamos sem isso ? Bom aí vai a letra.

She
May be the face I can't forget.
A trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay.
She may be the song that summer sings.
May be the chill that autumn brings.
May be a hundred different things
Within the measure of a day.

She
May be the beauty or the beast.
May be the famine or the feast.
May turn each day into a heaven or a hell.
She may be the mirror of my dreams.
A smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell

She who always seems so happy in a crowd.
Whose eyes can be so private and so proud
No one's allowed to see them when they cry.
She may be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past.
That I'll remember till the day I die

She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough and ready years
Me I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is

She, she, she

sexta-feira, setembro 22, 2006

De volta e no Centro !

Andei novamente afastada daqui há um tempinho..Bom, escrever e ter esse espaço aqui é uma atividade que faz bem que não vou querer mais me ausentar disso. Escrever meramente para compartilhar , para organizar as idéias , os pensamentos e sensações e para colocar para fora as coisas mal-resolvidas e pendentes. Voltei de férias e descobri que agora trabalharia na Rio branco - ADOREI ! Caramba a localização não poderia ser melhor - Rio Branco - bem no meio da meiuca toda do Centro ! Putzzz....Quero registrar muitas fotos ainfa por aqui - tantos lugares - paço Imperial, Arco dos Teles, Cinelândia, Carioca..E por aí vai..

sexta-feira, maio 19, 2006

Humano, demasiadamente humano...

Pessoa, Pessoa..

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei
Se me falta escrúpulo espiritual, ponto-de-apoio na inteligência,
Consangüinidade com o mistério das coisas, choque
Aos contatos, sangue sob golpes, estremeção aos ruídos,
Ou se há outra significação para isto mais cômoda e feliz.

Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.

Não sei sentir, não sei ser humano, conviver
De dentro da alma triste com os homens meus irmãos na terra.
Não sei ser útil mesmo sentindo, ser prático, ser quotidiano, nítido,
Ter um lugar na vida, ter um destino entre os homens,
Ter uma obra, uma força, uma vontade, uma horta,
Unia razão para descansar, uma necessidade de me distrair,
Uma cousa vinda diretamente da natureza para mim

Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.

Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
Seja uma flor ou uma idéia abstrata,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também,
Porque ser inferior é diferente de ser superior,
E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão.
Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de caráter,
E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades,
E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles,
E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens.